quinta-feira, 17 de junho de 2010

PODELA

Num pequeno vilarejo, no meio do Estado das Minas Gerais, havia um armazém cujo dono, um mineirim, Seu Zé, se gabava de ter tudinho, qualquer coisa que se pedia no balcão.
Se não tinha, fazia questão de encomendar a qualquer custo, só para atender ao cliente.
Com isso a fama dessa mercearia se espalhou por toda a região, e vinha gente de toda parte procurar coisas que não se achava nem na capital BH.
Sabendo disso, um paulista daqueles bem folgados (sabe como é paulista, né?) estava em férias passando por Minas, e decidiu conhecer esse tal Zé do Armazém.
Chegando lá, pediu uma barra de direção para sua pick up importada.
O Zé foi lá no fundo, e depois de alguns minutos voltou com a tal peça.
O paulista, espantado, pensou:

- Não é possível que esse cara tenha tudo aí.
Vou tirar um barato com a cara dele...

Voltou para o hotel e ficou a noite toda pensando em como iria pegar o cara da venda.
Caso pensado, no outro dia foi até o armazém e chegando no balcão, pediu:

- Oh Zé, você tem “podela” ???

O dono da venda olhou espantado, coçou a cabeça, e pensou:

- “Podela” ??? Que diabos é isso ??? Nunca ouvi falar... E agora ???
Se eu deixar de atender esse cara aí todo metido, meu estabelecimento
vai perder a fama e a clientela vai sumir !!! O que eu faço ???

Pensou, pensou, foi até o depósito, voltou e disse ao paulista:

- Olha, tá em falta, mas vou encomendar e amanhã cedo
o senhor passa aqui e pega. São R$ 100,00 o quilo.

O paulista, meio desconsertado com a resposta do mineirim, voltou para o hotel pensando:

- O que será que esse mineirim vai achar com esse nome?

O mineirim fez de tudo, ligou para todos os seus fornecedores de produtos brasileiros e até no exterior, mas ninguém fazia nem idéia do que seria aquilo.
Então, ele percebeu que o paulista tava zoando com ele e decidiu dar o troco.
No almoço, o mineirim comeu aquela feijoada, de noite foi ao banheiro e fez aquele “trem” enorme e fedorento.
Com uma pázinha ele botou no forno por umas 3 horas até que virasse uma pedra bem dura.
Daí colocou tudo no moedor, embalou e deixou em cima do balcão com a devida identificação: PODELA.
No outro dia chega o paulista todo imponente com um sorriso no rosto, e, já esboçando um ar de vitória, disse:

- Conseguiu encontrar minha encomenda?

- Claro, está aqui. - disse o mineirim, mostrando o saquinho no balcão.

O paulista, então, pediu:

- Me veja 1 quilo, por favor.

- Está aqui... São R$ 100,00.

Então, o paulista, curioso, pegou um bocado do pó, esfregou entre os dedos, cheirou tentando descobrir o que era aquilo, provou um pouco, e disse:

- Pô, meu... Isso aqui é merda !!!!!!!!!!!!!!!!!

- Não, sinhô... É o Pó dela !!!!!!!!!!!

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